terça-feira, 21 de julho de 2015

Os bruxos vão para o inferno?

     Sem dúvida, uma questão que atormenta muito os bruxinhos novatos é "os bruxos vão para o inferno depois que morrerem?".
     Eu li a Bíblia até enlouquecer e atirá-la no córrego e sei bem que ela diz que idolatras e feiticeiros não herdarão o Reino Dos Céus. Acontece que a Igreja resume tudo em preto e branco, bom e mau, Céu e Inferno e tudo o que estiver no meio é ilusão. Já na Wicca, não temos uma visão tão limitada das coisas. Para começar, não acreditamos no diabo. Sabemos que existem forças contrárias a realização do Homem, mas não admitimos a crença num demônio cristão - pelo menos não a maioria Tradicionalista Wiccana -. No Espiritismo (de Allan Kardec ) há o mesmo pensamento:
    A palavra "demônio" não implica na ideia de Espírito mau senão na sua significação moderna, porque a palavra grega "daimôn", da qual se origina, significa Gênio, Inteligência, e se emprega para designar os seres incorpóreos, bons ou maus, sem distinção.
              Por demônios, segundo a significação vulgar da palavra, se entendem seres essencialmente malfazejos. Seriam, como todas as coisas criações de Deus. Ora, Deus que é soberanamente justo e bom, não pode ter criado seres predispostos ao mal por sua natureza, e condenados por toda a eternidade. Se não são obras de Deus, seriam, pois, como ele, de toda a eternidade, ou então haveria várias potências soberanas.
       A primeira condição de toda a doutrina é de ser lógica. Ora, a dos demônios, em seu sentido absoluto peca por essa base essencial.
     Compreende-se que na crença dos povos atrasados, que não conheciam os atributos de Deus, fossem admitidas as entidades malfazejas, como também os demônios, mas, é ilógico e contraditório para aqueles que fazem da bondade de Deus um atributo por excelência, supor que ele possa ter criado seres devotados ao mal e destinados a praticá-lo perpetuamente, pois isso nega sua bondade. Os partidários da doutrina dos demônios se apoiam nas palavras do Cristo. Não seremos nós quem conteste a autoridade dos seus ensinamentos, pois os desejamos ver mais no coração que na boca dos homens. Mas estarão bem certos do sentido que ele dava à palavra demônio? Não se sabe que a forma alegórica era dos caracteres distintos da sua linguagem? Tudo que o evangelho contém deve ser tomado ao pé da letra? Não precisamos de outra prova além desta passagem:
     "Logo após esses dias de aflição, o Sol obscurecerá e a Lua não derramará mais sua luz, as estrelas cairão do céu e as potências celestes serão abaladas. Digo-vos em verdade que esta geração não passará sem que todas estas coisas se tenham cumprido".
      Não temos visto a forma do texto bíblico ser contraditada pela Ciência no que se refere à Criação e ao movimento da Terra? Não pode ocorrer o mesmo com certas figuras empregadas pelo Cristo, que devia falar de acordo com os tempos  e os lugares? O Cristo não poderia dizer, conscientemente, uma coisa falsa. Assim, pois, se em suas palavras há coisas que parecem chocar a razão, é porque não as compreendemos ou as interpretamos mal. 
       Os homens fizeram com os demônios o mesmo que fizeram com os anjos; da mesma forma que acreditaram em seres perfeitos de toda a eternidade, tomaram os espíritos inferiores por seres perpetuamente maus. Pela palavra Demônio devem, pois, se entender os Espíritos Impuros que, frequentemente não valem mais que as entidades designadas por esse nome, mas, com a diferença que seu estado é transitório. São os espíritos imperfeitos que murmuram contra as provas que devem suportar, e que, por isso, suportam-nas por mais tempo; chegarão, porém, por seu turno, a sair desse estado quando o quiserem. Poder-se-ia aceitar então a palavra Demônio com esta restrição. Mas, como é entendida num sentido exclusivo, poderia induzir ao erro fazendo crer na existência de seres especiais, criados para o mal.
      Com relação a Satanás, é evidentemente a personificação do mal sob uma forma alegórica, pois não se poderia admitir um ser mau a lutar, de potência a potência, com a Divindade e cuja única preocupação seria a de contrariar os seus desígnios. Precisando o homem de figuras e imagens para impressionar a sua imaginação, ele pintou os seres incorpóreos sob uma forma material, com atributos lembrando as suas qualidades ou os seus defeitos. É assim que os antigos, querendo personificar o tempo, pintaram-no com a figura de um ancião portando uma foice e uma ampulheta; a figura de um homem jovem seria um contra-senso.
     A mesma coisa se verifica com as alegorias da fortuna, da verdade, etc.
     Modernamente, os anjos ou Espíritos Puros, são representados por uma figura radiosa, com asas brancas, símbolo da pureza; Satanás com dois chifres, garras e os atributos da animalidade, emblemas das paixões inferiores. O vulgo, que toma as coisas pela letra, viu nesses emblemas um indivíduo real, como outrora vira Saturno na alegoria do Tempo.

- O livro dos espíritos, de Allan Kardeck: Anjos e demônios. 131 - "Há demônios, no sentido que se dá a esta palavra? Páginas 86 a


  Tanto Wiccanos quanto Espiritualistas acreditam na ideia de reencarnação. Ou seja, após a morte, o espírito - dependendo de suas boas ou más ações realizadas em vida - passa algum tempo em um lugar bom ou ruim e depois renasce em um novo corpo. Esse ciclo se repete até que a alma adquira conhecimento o bastante e, assim, evolua espiritualmente. Parece um processo simples, mas é mais complexo do que se possa imaginar. Para uma alma ficar a nível angelical, deve aprender a ser humilde e desapegar dos vícios e das paixões humanas, resumindo, tem de ser perfeita - ou quase - . E até à Perfeição há um longo caminho.
      No mundo, somos todos alunos, e como em toda classe, há os nerds, os valentões e o que não querem nada com nada.
     Os "nerds", como sempre, se esforçam ao máximo para aprenderem todo o conteúdo das matérias e passarem nos exames.
     Os "valentões" não aceitam as regras e querem sempre que as coisas sejam do jeito deles.
      Já, os que "não querem nada com nada", só estão ali por obrigação e se sentem como peixes fora d'água.
     Do mesmo modo, há pessoas que tem consciência de que todos nós estamos em processo de evolução espiritual e, por isso, se esforçam para se tornar pessoas melhores a cada dia.
      Há pessoas que não entendem o porquê das coisas serem como são e se revoltam com Deus, acreditando que ele dá muito para uns e pouco para outros. Mas Deus é justo e, no fim das contas, é uma questão de merecimento. "Mas Dani, eu sou uma boa pessoa e fulano de tal é mau..." Ok. Legal, mas e numa vida anterior? Já se perguntou como foram as coisas? O dinheiro, o poder, a beleza e a fama facilmente corrompem o Homem. Numa vida anterior, Zezinho pode ter sido um humilde e bondoso camponês, como recompensa por ter sido tão boa pessoa, em sua próxima vida, ele é um homem rico. Como eu disse, o dinheiro corrompe as pessoas e o humilde e bondoso camponês de outrora se torna um homem frio e egoísta. Veja só! Ele podia te aproveitado essa chance para avançar mais um estágio em sua evolução pessoal e, ao mesmo tempo, ajudar os outros, mas regrediu.
      Tudo o que fazemos de bom ou ruim soma pontos positivos e negativos que, no fim das contas, pode aumentar ou limitar nossas escolhas - ou projetos - numa próxima vida. Por exemplo, se você é um péssimo filho, repense seu comportamento, pois, numa próxima vida, você pode vir a ser órfão para aprender a lição do jeito mais difícil. Claro que, nem todos os órfãos o são porque merecem. Alguns, podem ter escolhido o ser, a fim de atingir algum propósito, independência e força, talvez. O que pretendo ilustrar aqui é que não importa quão ruim seja a sua situação, você não foi esquecido por Deus! Não está pagando pecado algum! É só uma fase. Às vezes, escolhemos fazer as coisas do modo mais difícil, só para terminar mais rápido, mas na hora, não pensamos o quanto podemos sofrer depois por causa de nossas escolhas.
     Dependendo do lugar onde você estava antes de reencarnar, é compreensível que não queira deixá-lo e voltar a esse mundo. Muita gente ainda vê flashes de um lugar maravilhoso e encantador em sua mente. Alguns são tolos o suficiente para achar que tirando a própria vida, voltarão a esse lugar. Não voltam! A menos que tenham resistido bravamente e morrido no tempo certo (após cumprir sua missão). Não tem jeito, senão jogar esse jogo que os deuses inventaram até a última fase.

Para Onde Vão Os Suicidas


     Quando uma pessoa tira a própria vida, acaba indo parar num lugar nada agradável, como punição. O pior de se matar, é quem o faz, só querer para de sentir dor, mas a dor nunca termina. Não é porque se está morto que se deixa de sentir dor, ódio ou amor. Ao contrário, esses sentimentos são ampliados.
       O Vale Dos Suicidas é frio, escuro, triste e solitário, mesmo com as muitas almas que por lá vagam, você se sente só e incompreendido. A dor desfigura, moldando seu espírito numa forma grotesca. Sabe aquelas pessoas que se agarram à vida até o fim e temem a morte, provavelmente, já passaram por lá e de tão traumatizadas, aprenderam a lição à força. ©
    Vejamos o que O Livro Dos Espíritos diz a respeito do suicídio:

As consequências do suicídio são muito diversas: Não há penas fixadas e, em todos os casos, são sempre relativas às causas que o provocaram. Mas uma consequência à qual o suicida não pode fugir é o desapontamento. De resto, a sorte não é a mesma para todos, depende das circunstâncias. Alguns expiam sua falta imediatamente, outras em uma nova existência que será pior que aquela da qual interromperam o curso.

[...]

        A afinidade que persiste entre o espírito e o corpo produz em alguns suicidas uma espécie de repercussão do estado do corpo sobre espírito que sente assim, malgrado ele, os efeitos da decomposição e experimenta uma sensação plena de angústias e de horror, e esse estado pode persistir tanto tempo quanto deveria durar a vida que interromperam.

[...]


     A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário a lei natural. Todas nos dizem em princípio, que não se tem o direito de abreviar voluntariamente a vida. ©

O Mundo Espiritual

Imagem de KELLEPICS por Pixabay

 O Mundo Espiritual é mais vasto do que se imagina. Dividido em categorias e sub categorias. Habitado por espíritos nos mais diferentes graus de evolução. Conhecê-los é essencial a bruxa, médium e necromante.
      Há os espíritos humanos (espíritos de pessoas que ainda não reencarnaram) e os espíritos não humanos (elementais, demônios, etc). Ao contrário do que se imagina nem todos os espíritos nos atrapalham. Eles são pessoas como nós, boas ou más, a diferença é que estão mortos ou não possuem um corpo físico e sólido, e, por se encontrarem em tal estado tem seus poderes psíquicos elevados (ou seja, podem atravessar paredes, mover objetos e etc) e enxergam as coisas por outro ângulo. De repente, você pode encarar tudo com maturidade, compreender seus erros (e aprender com eles) e acertos e se valer de sua nova condição para evoluir espiritualmente, da forma que lhe for possível.
      Outros espíritos, no entanto, podem sim, nos atrapalhar e muito. Estes espíritos podem ser classificados da seguinte maneira:

Espíritos Zombeteiros


    Incitam o conflito, a depressão, a tristeza, a dor e a revolta. O espírito humano inquieto é um ótimo terreno para cultivar o caos, o mal, a injustiça e outras tantas coisas das quais eles se alimentam e com que se fortalecem.


A Instância da esterilidade


    Em geral, essa linha também é regida por espíritos femininos, mulheres que em vida foram amargas por não saberem lidar com a maternidade ou fazer dela um ato criminoso, nocivo ou violento; da mesma maneira só cultivaram paixões mundanas, relacionamentos obsessivos e foram maldosas com aqueles que dedicaram amor. Essas mulheres acabaram se tornando incubadoras que secam a vida das mulheres encarnadas, e tentam convencê-las, por meio de sua influência, de que não existe relação baseada no amor, somente no interesse; de que à mulher não é dado o direito do prazer e da alegria, apenas o "sofrimento" da maternidade; que a mulher nunca deve se entregar pois será usada, etc.

A Instância dos falsos guias


     São espíritos que, em geral, aproximam-se dos médiuns pouco experientes e se passam por guias ou conselheiros, conquistando sua confiança para realizar  ações nos mais diversos âmbitos; esses falsos guias passam assim a sugar a energia do médium, tirando-lhe aos poucos tudo quanto o faz ser humanos; no começo, é difícil perceber quando é uma entidade dessas que está agindo, porque eles sabem ser realmente convincentes e tentam fazer que o médium permaneça longe dos templos ou casas onde outras entidades poderiam reconhecê-lo. No princípio, elas parecem trazer prosperidade física, mas tudo o que vem por meios dessas entidades vai embora pelo mesmo caminho e, com o tempo, a vida do médium começa a secar, na mesma medida que a dependência entre ambos torna-se cada vez maior, especialmente da parte do médium para com a entidade.


A Instância dos Furiosos


  São espíritos de guerra, de conflito. Em geral, movidos por vingança, procurando pagar com violência a violência que cometeram. Tomados pelo ódio, algumas das manifestações desses espíritos beiram à paranormalidade e eles são capazes de mover objetos, iniciar incêndios, ligar aparelhos eletrônicos e queimá-los, além de assombrar lugares. Contudo, muitos desses espíritos estão inconscientes do que fazem: cegos pelo ódio, pela dor, pela rejeição ou pela transição abrupta entre a vida e a morte, a maioria deles está perdida e desesperada por socorro.


A Instância da miséria


     São espíritos que "vampirizam" os seres humanos. O termo pode parecer um pouco fantástico, mas, em maior grau, é exatamente isso o que eles fazem: sugam vitalidade, saúde, energia, amor, paz, para se alimentar disso e permanecer no plano físico. São espíritos recentemente desencarnados e a maior parte deles não tem noção do motivo pelo qual realiza determinados atos, podendo ser ajudados a alcançar o equilíbrio. Alguns, entretanto, o fazem conscientemente.


A Instância da mentira


    São espíritos que primam por causar a injustiça e por tentar influenciar os homens a mentir e a enganar.

A Instância da obscuridade


   Esses espíritos trabalham com a finalidade de obscurecer os dons de quem possui clarividência e de forjar falsas visões em que abusa deles, seja por dinheiro ou por irresponsabilidade. A princípio, o fato de punirem quem não usa corretamente seus dons pode parecer um tipo de justiça poética, mas não é, pois, enquanto a pessoa achar que está fazendo o certo, continuará com o vício de enganar, mentir, iludir ou até mesmo prejudicar e manipular outras pessoas usando como desculpa o mundo espiritual. Também são essas entidades que acabam por perturbar e assombrar as pessoas que usam corretamente os seus dons.


    E os bons espíritos, quem são? Como são?



    Há espíritos bons e mais evoluídos que nos ajudam, protegendo-nos, aconselhando e guiando. Esses espíritos podem ser humanos ou não humanos. A seguir, confira alguns deles:

Anjo da guarda


   Mesmo que você não acredite, todos nós temos um anjo da guarda que olha por nós. Jeová designou um anjo guardião para cada ser humano existente na face da terra. Aí, você pode argumentar que pagãos não tem anjos da guarda, só os católicos, etc. Mas não é verdade! Todos os deuses, de alguma forma, se importam conosco, mesmo que a gente não saiba ou ignore isso. É como aquela velha história de que os pais gostam mais dos filhos rebeldes. Na verdade, não gostam. Mas se preocupam mais. E, foi pensando nisso que Jeová (estamos em pleno século XXI, então, por favor? Não me perguntem quem é Jeová! Tomem vergonha e pesquisem no Google!) decidiu que cada humanos deveria ter companhia de um ser espiritual, cuja consciência fosse mais elevada para orientá-lo e guiá-lo em momentos importantes de sua vida. Não arrebitem os narizes, agora e pensem que os anjos são nossos empregadinhos alados porque não são! Eles obedecem única e exclusivamente a Deus e, sempre que pedimos algo a eles, eles  conversam com um arcanjo primeiro o arcanjo leva a "proposta" diretamente a Deus. Deus decide se aceita ou não o que lhe foi pedido e, por isso, as coisas só acontecem COMO e SE Deus decidir! Caso contrário, nem adianta bater o pé e reclamar.
       Eu já fui louca por anjos e li tanto sobre eles - em blogs e livros - que ficaria meio difícil citar aqui todas as minhas fontes de pesquisa. Eu me lembro que li no Livro Dos Espíritos de Allan Kardec, que cuidar dos humanos, é uma missão que foi destinada aos anjos. E nesse caso, eles são orientados por espíritos superiores a eles - provavelmente, arcanjos -. Antes de ler isso, e antes mesmo de realizar uma Viagem Astral para o Reino Élfico, quando eu ainda amava anjos mais que tudo no mundo, eu lembro que realizei uma Viagem Astral para um lugar, o qual eu chamo de Jardim. O meu propósito era me encontrar com meu anjo da guarda para que ele respondesse algumas questões pessoais, como por exemplo, "Qual era o sentido de estar viva?", "Eu tinha uma missão a cumprir ou Deus havia me mandado aqui, apenas para 'brincar de casinha' como todo mundo?". Eu andava muito desanimada aquela época. Vivia brigando com minha mãe e ao mesmo tempo em que a odiava demais, a amava demais. Não queria ir embora com a minha avó. Não podia sair de casa porque era menor de idade e não podia ir para o convento porque minha mãe dizia que preferia me matar do que me ver como uma freira. E, acontece que ser uma freira era um sonho para mim. Eu tinha até desistido do garoto dos meus sonhos para me manter "pura" e orgulhar a Deus, com meu "sacrifício".
        Eu acabei adormecendo durante a Viagem Astral e tive um "sonho" muito lúcido, onde três homens muito parecidos se aproximavam de mim. Mas só um deles - o que estava no meio - falava comigo. Ele falou MUITO para um anjo. E pensar que eu achava que anjos eram caladões. Que nada!  Não me lembro exatamente como ele falou, mas foi mais ou menos assim. Ele disse que eu era ainda era muito jovem e tinha uma vida toda pela frente, que não deveria pensar tanto nessas coisas, que na certa, eu saberia o que fazer. E ele me deu tantos outros conselhos. Sei que quando acordei, eu senti uma paz imensa e por um tempo, esqueci minhas aflições.
      Quando permitimos que nosso anjo da guarda se aproxime de nós, estamos ajudando ele a cumprir a missão dele (não pense ser anjo é mamão com açúcar porque Deus odeia vagabundos! Nada de sombra e água fresca como o Adão e a Eva tiveram! Anjos tem de trabalhar e MUITO se quiserem, um dia, ser um arcanjo ou pelo menos para justificarem aquele rostinho lindo e aquele adorável par de asas!) e nos permitindo sentir paz, nos equilibrar e também evoluir e amadurecer. Não precisa ser católico ou cristão para contatar um anjo. Basta ser sincero e nutrir bons sentimentos pelos demais e por você mesmo. Anjos não se aproximam de pessoas com uma aura negativa - a não ser que a pessoa se encontre numa situação drástica e precise mesmo de ajuda -.


    Elementais



"Quem não tem cão, caça com gato", lembra desse ditado? Pois então, para algumas pessoas, pode ser fácil lidar com um elemental que com um anjo. Por que? Porque anjos são vistos como seres perfeitos que recriminam toda e qualquer ação contrária a justiça, a bondade e o amor ao próximo - e a sim mesmo -. Já os Elementais podem ser um pouco mais egoístas e, dificilmente puxarão a sua orelha quando você roubar umas notas da carteira da sua mãe, zoar seu irmãozinho ou fazer algo muito MUITO feio mesmo! Claro que, também depende do elemental e o quão evoluído ele é. Os Elementais, assim como nós, também passam por um longo processo de evolução, morrem, nascem, reencarnam, etc. Como cada um tem o que merece, você atrairá um elemental no mesmo grau evolutivo que você.  Aqui pode surgir uma dúvida, "se atraímos um elemental no mesmo grau evolutivo que a gente, isso significa que que o elemental evolui ao mesmo tempo que a gente ou um evolui primeiro que outro?", pela minha própria experiência nisso, eu digo que o Ser Humano tem mais facilidade em evoluir. E, aí, tem elementais que podem escolher evoluir junto a nós ou não. No meu caso, minha elfa guardiã decidiu evoluir junto a mim. 

 

Espíritos de pessoas já falecidas



   Se você é novo na wicca, vai achar (ou não) assustador falar em mortos, mas é uma coisa que temos de falar cedo ou tarde! Esqueça aqueles filmes americanos e japoneses (especialmente os japoneses, por serem mais assustadores) de terror. Nem todo espírito é um ghoul maligno que só quer fazer mal aos vivos. Você deve ter pelo menos alguém falecido em sua família (um primo, um avô, etc)... Acha que essa pessoa te faria mal se aparece a você, agora, nesse instante? Se a resposta for sim, então, ou vocês não se davam bem ou você não a amava de verdade. Eu sei que pode ser assustador. Mas pense comigo: O  que é um "fantasma"? É alguém que não tem mais um corpo, só isso. Ninguém fica mau só porque não tem mais um corpo!
       Espíritos de pessoas de nossa família ou muito próximos a nós podem agir como guardiões. Às vezes, você conheceu o espírito em outra vida - e ele lembra disso por estar morto, mas você não -, e por isso, enquanto ele aguarda na fila para a próxima reencarnação, pode cuidar de você. Ainda estou aprendo sobre isso, por isso, não poderia dizer se um espírito pode esperar o tempo que quiser antes de voltar para esse plano ou se tem de entrar na fila, mas em alguns livros que li, houve casos de pessoas da mesma família que não se davam bem e eram obrigadas a reencarnarem juntas até aprenderem a se gostarem. Por exemplo, teve uma mulher que era muito exigente e fria com a filha, ela morreu e teve de reencarnar como filha da sua filha para que tivesse uma relação melhor com a filha (que agora era sua mãe).
       Tenho observado que o mundo espiritual e todo esse lance de reencarnação é muito complexo. Você precisa pensar bem antes de começar a planejar a sua próxima vida (dependendo de suas boas ou más ações, os anjos lhe dão opções) para depois reclamar menos e não ficar pensando em se matar - como um soldado covarde que quer fugir da guerra -. 


Espíritos Animais (ou Totens)


    Lembra daqueles filmes em que as bruxas tem um gato ou coruja como um Familiar? Pois é! Na vida real, você também pode ter um Familiar ou um Totem. Mediante um ritual ou feitiço dá para se contatar um (é só pesquisar mais a respeito, se não me engano tem posts aqui no blog falando mais a respeito do assunto). Esses espíritos são evoluídos e excelentes guardiões. ©

terça-feira, 14 de julho de 2015

Praticando a visualização - Parte 2


Imagem de Victoria_Borodinova por Pixabay

     Nós, praticantes de magia, sabemos que a visualização funciona. É bem provável que todos nós já tenhamos feito uma visualização orientada, durante um ritual ou feitiço, em que entramos numa floresta ou descemos escadas antigas para encontrar um ser divino que nos transmite um ensinamento e nos manda de volta para a casa. Às vezes essas visualizações mudam a nossa vida.
      Mas, cientes de que não podemos manipular as pessoas segundo a nossa vontade (fazendo-as se apaixonar por nós, por exemplo) ou fazer mal a elas, muitas vezes percebemos que precisamos de algo mais forte numa determinada situação. 
     

 Visualização para neutralizar pessoas extremamente desagradáveis



   Pense numa pessoa extremamente irritante, alguém que você realmente quer que se afaste de você. Como costumam dizer os metafísicos, toda pessoa tem seu lugar de direito, um lugar que é perfeito para ela, e que não precisa ser necessariamente o lugar onde a pessoa está no momento.
      Pensando nisso, encontre um lugar onde você não será interrompido. Sente-se confortavelmente e respire fundo várias vezes, feche os olhos e tente relaxar o corpo, mantendo a mente alerta.
      Agora mentalize um envelope mágico. Esse envelope é grande o bastante para comportar uma pessoa. Ele também é acolchoado e tem asas. Depois conjure um grande rolo de fita adesiva. Você vai precisar dele. Enquanto mentaliza o envelope e a fita adesiva voando na sua direção, afirme a sua intenção: "Que esta pessoa encontre um local de trabalho onde possa ser mais feliz. Que ela não seja prejudicada, mas que se afaste de mim!".
      De que cor você mentalizou o envelope? Se ele for de uma cor forte a princípio, como vermelho, roxo ou preto, tudo bem. Agora invoque a pessoa que o está deixando com raiva ou com medo. Veja-a ao seu lado e imagine que ela está lhe dando adeus e entrando de bom grado no envelope, feliz por saber que vai para um lugar melhor. Ajude a pessoa a se acomodar dentro dele. Saiba que você não tem intenção de fazer nenhum mal a ela. Há oxigênio lá dentro e suas laterais são acolchoadas para que ele não se machuque. Feche o envelope com a fita adesiva, envolvendo o envelope várias e várias com a fita.
      Com o envelope fechado, imagine que ele está diminuindo de tamanho até caber na sua mão dominante (a mão que você usa para escrever). Se ele ainda tiver uma cor forte, peça para que adquira um tom mais claro, como verde ou branco. Despeça-se da pessoa, dentro dele, depois atire o envelope sobre o seu ombro esquerdo com força, imaginando que ele alçará voo e se distanciará de você, seguindo rumo ao espaço sideral. Não olhe para trás, para ver onde ele foi. Deixe que se afaste. Você não precisa saber para onde ele foi. Tenha a certeza de que, mesmo que a pessoa continue próxima a você, sua influência já não será tão forte. 
     Diga adeus à pessoa mais uma vez, então respire fundo e abra os olhos. Volte à sua realidade física.


Cura com visualização



 Os símbolos que usamos em magia e visualização são importantes. A maioria dos praticantes de magia conhece as correspondência das cores e sabe como usar os símbolos dos elementos. Para as visualizações propostas aqui, os símbolos do nosso dia a dia são os mais eficazes. Eles são mais fáceis de ver com clareza (provavelmente vemos envelopes todos os dias) e de manter em mente. Saiba que, embora um símbolo como o envelope possa ser simples, ele não é fraco. Afinal de contas, lembre-se de que podemos usar um lápis como varinha em vez de um galho de salgueiro grosso como um polegar e cujo comprimento vá do dedo médio ao cotovelo. É o poder que projetamos em nossos símbolos e instrumentos que os torna poderosos. Também é mais divertido - e a nossa mente gosta de coisas divertidas - usar símbolos que não estejam na lista de símbolos convencionais que costumamos encontrar nos livros. Crie os seus próprios símbolos quando fizer visualizações breves, pois eles são mais pessoais e trazem mais magia à sua vida.
      Bruxas, bruxos e feiticeiros são tradicionalmente agentes de cura. Eles podem curar pelo menos a eles mesmos.

Visualização para cura usando o Emplastro da Deusa


  Esta visualização é mais eficaz quando você a faz deitado na cama. Feche os olhos, respire fundo várias vezes e relaxe o corpo, mantendo a sua mente alerta. Na visualização, veja-se bem pequeno, do tamanho de uma formiga. Em seguida olhe para a sua mão, que segura um objeto. Veja o que é. Talvez um pote de creme ou um tubo de pomada. O rótulo diz "Emplastro da Deusa. Cura o que dói". Abra a tampa e coloque um pouco do conteúdo em sua mão. Qual é a sua consistência? De que cor é? Que cheiro tem? Esfregue um pouco do conteúdo do pote ou do tubo nos dedos. Que sensação ele passa?
      Massageie com o seu Emplastro da Deusa a região de seu corpo que precisa de cura. Imagine-o penetrando na sua pele e atingindo o órgão ou o tecido afetado. Que sensação isso causa? A região começa a formigar, esquentar ou esfriar? Você sente algum cheiro?
      Você tem um estoque infindável de Emplastro da Deusa. Massageie com ele o seu corpo sempre que sentir dor ou alguma indisposição. Faça isso antes e depois de uma cirurgia, quando tiver contusões ou quando estiver com alguma dor - pela manhã e à noite, todos os dias, até se curar. Não deixe de procurar o médico. O Emplastro da Deusa não é um substituto do tratamento médico!


Faça planos e tome decisões com a visualização


   Muitas vezes acontece de precisarmos tomar decisões importantes. É nessa hora que temos de resolver os problemas ou fazer planos. Mas  e se isso for muito difícil? Ou porque temos opções demais ou porque temos poucas e nenhuma parece muito boa. Não conseguimos nos concentrar, por isso nos sentamos no sofá e navegamos na internet ou vemos TV quando deveríamos estar pensando em coisas mais sérias, como, por exemplo: devo começar meu mestrado? Devo fazer um empréstimo para pagar as dívidas acumuladas no cartão de crédito? Devo pôr um ponto final nesse relacionamento que não está me fazendo feliz?
       Se realmente queremos viver bem, precisamos tomar decisões e fazer planos. Mas podemos fazer visualizações criativas que no ajudem a tomá-las.

Visualização para tomar decisões


    Primeiro se acalme e pare de se preocupar. Respire fundo várias vezes, feche os olhos e relaxe o corpo, mantendo a mente alerta. Na meditação e na visualização, podemos tanto observar como ser observados. Veja a si mesmo como os outros provavelmente o veem. Sentado, sem fazer nada. Transformado num vegetal. Que tipo de vegetal você é? Esse vegetal simboliza o que para você?
      Você precisa de um Chapéu Pensador. Crie ou invoque o seu. Como ele se parece? Ele é cônico e comprido como o chapéu de um feiticeiro, para ajudar você com sua magia? Ou é um barrete como o usado pelos estudantes na colação de grau? Ou será uma boina sofisticada? As orelhas do Mickey Mouse? Escolha o Chapéu Pensador ideal para você.
    Passe o Chapéu Pensador para o "mini você" que você está observando e veja-o colocando-o na sua cabeça. O seu chapéu tem poderes especiais. Sinta os poderes dele atravessando os seus cabelos e penetrando na sua cabeça até chegar ao seu cérebro. Você já está começando a pensar em maneiras de solucionar o seu problema.
      Agora visualize a velha e conhecida lâmpada sobre a sua cabeça, como nos desenhos animados. Estique o braço e acenda-a. Veja a luz iluminando principalmente o seu Chapéu Pensador e seu cérebro. A lâmpada, claro, simboliza um lampejo de inspiração. A "iluminação".
        Você agora já é capaz de tomar uma decisão! Veja o seu "mini você" sorrindo e concordando com a cabeça. Veja-se pegando papel e caneta e começando a escrever. Ou indo para o computador e começando a digitar. Veja-se pesquisando na internet e fazendo anotações. Se necessário, mantenha o Chapéu Pensador na cabeça e faça essa visualização de manhã e à noite, todos os dias por nove dias.
        Assim como podemos aprender a nos curar, também podemos nos ensinar coisas que nem sabíamos que sabemos. Em outra visualização, vá te uma gruta ou um bosque, coloque seu Chapéu Pensador e tenha uma conversa com o sábio que existe dentro de você. Saiba que você se lembrará do que aprendeu quando voltar. Se não se lembrar, tenha paciência e saiba que isso acontecerá no momento certo. As mensagens vêm até nós das maneiras mais surpreendentes. 
          Use a visualização criativa para tornar a sua vida mais mágica. Contanto que você se lembre da Rede Wicca, de não prejudicar ninguém, suas visualizações tornarão a vida melhor para você e para todos à sua volta.

- Extraído e adaptado de 'Using Creative Visualization to Make Your Life More Magical', Barbara Ardinger, Llewellyn's 2014 Witches's Companion.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Quando meus dons afloraram

Imagem de Pixabay
  Quando pequena, nunca fui uma garotinha normal. Sabe, quando se é bruxa, parece que você não é desse mundo, que não é humano e, por mais que tente ser como as outras pessoas e fazer coisas "normais" como elas fazem, a verdade é que você só sente mais esquisita. Pelo menos comigo foi assim. Por mais que eu tentasse me enturmar, percebia que era mais imaginativa e criativa que as outras crianças. Isso admirava algumas poucas e irritava muitas outras. Chegou ao ponto que eu preferi a companhia de crianças mais introvertidas. Pois, ao lado delas, eu podia fingir que as esquisitas eram elas, não eu.
        Conforme fui crescendo, percebi que minha família também não era "normal". Para começar, aprendi com minha avó que a noite era bela e mágica demais para desperdiçá-la dormindo - como as outras pessoas faziam - e que eu não deveria dormir antes da meia-noite porque seria quase como um sacrilégio.
       Quando cheguei à adolescência, pensei que minha avó era apenas uma velha lunática e solitária que inventava histórias porque sofria com insônia e não queria ficar acordada sozinha. No entanto, depois que passei a adorar deusas como Hécate e Dana, entendi a que a minha avó se referia. Não há nada mais belo e mágico que meditar na escuridão de meu jardim sob à luz do luar. Antes, eu morreria de medo de ficar sozinha e no escuro, lá fora. Mas, hoje, aprendi que o ser humano só teme aquilo que não compreende ou desconhece.
       Quando eu era pequena, minha avó costumava realizar "sessões" onde lia o futuro através das cartas, fazia e desmanchava trabalhos e, às vezes, se deixava possuir por espíritos a fim de realizar pactos e obter revelações. Meu irmão e eu éramos proibidos de participar ou presenciar essas "sessões". Então, espiávamos pela janela, fascinados.
         As luzes do cômodo eram apagadas e velas vermelhas ou pretas acesas. Às vezes, algum defumador ou charuto era aceso e aquilo começava.
         Após um tempo, minha avó começou a se sentir perturbada. Segundo ela, os espíritos não queriam ir embora e aquilo se tornou incômodo. Ela precisou realizar um ritual de banimento e ficar de molho por um tempo. Ela passou por uma fase negra e se tornou uma pessoa mais detestável e insuportável que o normal. Não quero dar detalhes, mas ela nos deixou e se mudou para outra cidade. Foi aí no auge de meus oito anos que compreendi que mexer com demônios não era algo bom e que destruía as pessoas. Desde então, eu temi qualquer espírito que fosse angelical.
        Eu gostaria de dizer que minha avó aprendeu a lição e deixou a magia negra de lado, mas isso não aconteceu. Ano após ano, ela se tornou mais forte e perigosa. O seu segredo, eu mataria para descobrir, mas nunca me revelará e sua magia, com ela morrerá.
         

 Eu percebi que ouvia vozes - que ninguém mais ouvia - ainda pequena, quando ouvia alguém que parecia distante, gritar:
- Daniele!
      Eu sempre respondia:
- O quê? - ou - Já vou!
      E minha avó e minha mãe juravam que não haviam me chamado. Até aí, tudo poderia ser apenas um estranho mal entendido, mas não demorou muito e eu logo passei a ouvir vozes quando estava sozinha em casa. Minha mãe recomendou que eu não respondesse mais àquelas vozes e que elas eram algo ruim. Eu fiz o possível para ignorar. E, logo foi o meu irmão quem passou a ouvi-las. O mesmo foi recomendado a ele, ignorar porque aquilo era ruim. E anos depois foi a vez de minha prima ouvi-las. Se não me engano, era sempre quando eu estava por perto, e era estranho demais e os adultos apenas nos mandavam ignorar e diziam também que era a morte nos chamando e responder faria ela nos encontrar. Ah, os adultos! Sempre querendo calar as crianças através do medo... Até que deu certo... Por um tempo! A voz retornou e com mais intensidade quando, numa tarde, eu estava conversando com uma colega do colégio em frente ao salão paroquial que ficava em frente ao nosso colégio e próximo ao convento, ouvi uma voz na minha cabeça - não era meu pensamento -. Parecia mais com uma leve possessão ou uma segunda consciência se fortalecendo em mim. Me deixava confusa e quanto mais eu tentava negá-la mais forte ela ficava. Às vezes, me dizia coisas boas e inteligentes e outras, me dizia coisas ruins.
      "Por que não sobe a escada e se atira lá de cima:"
Dizia a voz e eu respondia:
"Mas vou me machucar ou morrer".
"Não vai, não. Se os garotos conseguem, você também consegue". - Ela me encorajava.
        O salão paroquial tinha uma escadaria do lado de fora - que levava até uma sacada. No topo da escadaria havia o que vou chamar de "rampa". Os garotos mais velhos (os atletas) costumavam saltar lá de cima e cair em pé como gatos. Da sacada, no entanto, ninguém jamais se atreveu a saltar.
         Eu costumava me sentar nos degraus da escada enquanto era tentada por aquela voz. Uma vez, acabei comentando com minha avó a respeito e ela disse que era um espírito ruim que queria que eu me matasse. 
        Foi difícil, mas eu me afastei do salão paroquial e parei de ouvir as vozes.
     Demorei a entender que ouvir vozes era um dom e que era assim que os espíritos se comunicavam comigo. Eu tive de aprender a diferenciar os bons dos maus conselhos e compreender que não ouvia sempre os mesmos espíritos. Por exemplo, quando eu tinha por volta dos nove anos, ouvi sem querer minha mãe revelar um segredo que me revoltou. Eu estava prestes a confrontá-la por isso, quando uma voz sábia e amorosa me explicou porque minha mãe fez aquilo e porque escondeu a verdade de mim. Eu tenho certeza que era meu anjo da guarda porque eu era muito nova para entender a complexidade de um assunto tão delicado quanto aquele e aquela voz me deu a calma e a compreensão que eu tanto necessitava.
        Ainda ouça a voz de meu guardião celeste, mas em raras ocasiões. Diferente dos outros espíritos, os anjos pouco intervém nas decisões humanas.
        Quando contatei as ninfas - eu já devia ter uns dezesseis anos, mais ou menos -, aprendo a "sentir" a energia e, dessa forma, perceber se havia ou não algum espírito por perto e se este era ou não do bem. Como aprendiz de feiticeira, eu encontrei dificuldades na hora de manipular esse poder. Na magia ou você domina um dom ou ele te domina. Eu quase fui dominada pelo meu dom, mas depois de muita dificuldade, hoje, estou aprendendo a deixá-lo em "off". Quando se deixa um dom em off, não necessariamente o desliga. É mais ou menos como fechar os olhos ou tampar os ouvidos. E mesmo com os olhos fechados, às vezes, é possível perceber quando a luminosidade do ambiente aumenta ou diminuí... Da mesma forma, mesmo com nosso dom em Off, vez ou outra, alguma coisa sempre escapa através do veú.


Foi através das ninfas que minha clariaudiência (o poder de ouvir vozes) se intensificou significativamente. Como não havia treinado ainda a Visualização não conseguia ver os espíritos materializados, por isso, a única forma de eles entrarem em contato comigo era através de sons (palmas, estalos, assobios, etc) ou de palavras. 
      Elas chamavam a minha atenção através de sons vocais como "psiu", e também chamando o meu nome.
     Certa vez, minha mãe saiu para ir ao trabalho - como todas as manhãs -, eu fechei o portão e voltei para a cama. Mal me deitei e ouvi minha mãe gritar por mim. Me levantei apressada, pensando que ela havia esquecido alguma coisa, mas, quando abri o portão, ela não estava lá. As ruas estavam desertas... Achei aquilo muito estranho.
         Depois, as vozes se modificaram e eu ouvia uma voz sedutora me chamando.
- Dani?
- Vem cá, Dani!
       Isso quando não ouvia risos....
    À esquerda de minha casa, mora um casal de idosos e à direita tem uma casinha que vive fechada (o dono dela só aparece uma vez ao mês para ver se está tudo ok, podar as plantas e etc), por isso, não poderia ser nenhum vizinho me zoando. Tampouco seria minha imaginação, pois minha avó já ouviu "psiu" várias vezes quando esteve no jardim. Eu não tinha ideia do que era aquilo! Tamanha minha estupidez, eu havia feito um ritual para contatar as ninfas quando não fazia a menor ideia de que como elas eram ou que estavam tão próximas a mim. Mas, quando li em um livro sobre elementais da terra que havia ninfas que viviam em árvores, eu fiquei espantada. Foi como quando o Celbit estava jogando Amor Doce, entrou no grêmio, viu aquelas sombras na janela e disse:
- Meu deus! Estou vigiado!
     Eu só sabia que tinha espíritos nas plantas do jardim e ao mesmo tempo que ficava aliviada - porque acreditava que elas não poderiam se mover além das plantas, uma vez que eram as almas delas -, ficava receosa de sair para fora, especialmente a noite. E certos filmes de terror com bacantes não ajudavam muito...
        Só depois de MUITO tempo é que perdi o medo delas e, hoje, até durmo no jardim, se deixarem.

     

 No entanto, VER espíritos é mais assustador que senti-los ou ouvi-los. Normalmente, a gente pensa que só se assusta com visões de monstros, fantasmas ou demônios, mas não é bem assim. A gente se surpreende quando vê algo inesperado.
    Ver vultos pelos cantos dos olhos, todo mundo vê e não há nada de anormal nisso. Aliás, a Ciência explica que qualquer coisa que vemos por esse ângulo é interpretada de forma inequívoca pelo nosso cérebro.
    As coisas que vi não foram meros vultos. Apareceram bem na minha frente e duraram tempo o suficiente para que eu não duvidasse da autenticidade do fenômeno. Sabe quando você vê alguma coisa sólida e real se movendo no escuro... Algo como uma pessoa? Mesmo que não a enxergue perfeitamente - como enxergamos na luz -, você sabe que ela está lá e pode ver sua forma, certo? Foi assim comigo. No momento, não que pensei que fosse algo sobrenatural, porque, mesmo que eu não ousasse tocar naquilo, aquilo me parecia bem real. Foi assustador! 
        Não sei se algum dia vou me acostumar a ver espíritos; Me acostumei a sentir a presença deles - embora, ainda me estresse muito - e a ouvi-los, mas vê-los ainda me deixa muito  um pouco assustada. Tenho esperanças de que isso mude, já que adoraria ver as ninfas materializadas bem em minha frente. Seria legal ver e ao mesmo tempo falar com elas. ©

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