segunda-feira, 4 de março de 2019

Sif



Na mitologia nórdica, Sif é esposa do deus Thor e mãe das suas duas filhas Lorride e Thrud. Antes do casamento com Thor, teve outro filho, De seu primeiro casamento, com o gigante Orvandil, Sif teve um filho chamado Uller("o magnífico"), que é um Deus do inverno.
Seu cabelo dourado foi feito pelos anões (trolls) de forma a enraizar e crescer na sua cabeça depois que Loki o cortara numa brincadeira. Sif é a deusa Asynjor da excelência e habilidade em combate, e é retratada como uma deusa guerreira. Aprecia os guerreiros leves e habilidosos, que não dependem só da força bruta.
Sif foi barbarizada pelos gigantes seguidores de Surt. Depois que souberam da morte de Donnar pela serpente, os gigantes de fogo invadiram o Bilskirnir, onde Sif se escondia.

Frigga




Frigga é a Deusa-Mãe da dinastia de Aesir na mitologia nórdica. Esposa de Odin e madrasta de Thor, é a deusa da fertilidade, do amor e da união. É também a protetora da família, das mães e das donas-de-casa, e símbolo da doçura. Além disso, é a única Deusa além de Odin que pode sentar-se no trono "Hlidskjalf" e observar o universo.


               Na mitologia nórdica

Na Mitologia nórdica, era conhecida como a mais formosa entre as deusas, a primeira esposa de Odin, rainha do Æsir e deusas do céu. Deusa do clã do Ásynjur, é uma deusa da união, do matrimônio, da fertilidade, do amor, da gerência da casa e das artes domésticas. Suas funções preliminares nas histórias mitológicas dos nórdicos são como a esposa e a mãe, mas estas não são somente suas funções. Tem o poder da profecia embora não diga o que conhece, e seja única, à excepção de Odin, a quem é permitido se sentar em seu elevado trono Hlidskialf e olhar para fora sobre o universo. Participa também na Caça Selvagem (Asgardreid) junto com seu marido. Os filhos de Frigga são Balder, Hoder e provavelmente de Hermodr e Wecta; seus enteados são Tyr, Vidar, Váli, Skjoldr e Thor. O companheiro de Frigga é Eir, médico dos deuses da cura. Os assistentes de Frigga são Hlín (a deusa da proteção), Gná (a deusa dos mensageiros), e Fulla (deusa da fertilidade). Não é claro se os companheiros e os assistentes de Frigga são os aspectos simplesmente diferentes da própria Frigga. De acordo com o poema Lokasenna Frigga é a filha de Fjorgyn (versão masculina da “terra,” cf. versão feminina da “mãe terra,” de Torr), sua mãe não é identificada nas histórias que sobreviveram.
O seu nome tem várias representações (Frige, Frija, Fricka etc.) sendo também, por vezes, relacionada ou confundida com a deusa Freya.

Odin




Odin ou Ódin (em nórdico antigo: Óðinn; em germânico comum: Wōdanaz) é considerado o deus principal do clã dos deuses Æsir, o clã mais importante de deuses da mitologia nórdica e nas crenças das religiões neopagãs germânicas. Também é conhecido como "Pai de Todos" e "O enviado do Senhor da Guerra".
Seu papel, como o de muitos deuses nórdicos, era complexo; era o deus da sabedoria, da guerra e da morte, embora também, em menor escala, da magia, da poesia, da profecia, da vitória e da caça. Era sobretudo adorado pelas classes sociais superiores.
Odin morava em Asgard, no palácio de Valaskjálf, que ele construiu para si, e onde se encontra seu trono, o Hliðskjálf, onde podia observar o que acontecia em cada um dos nove mundos, graças aos seus dois corvos Hugin e Munin. Durante o combate brandia sua lança, chamada Gungnir, e montava seu cavalode oito patas, chamado Sleipnir.
Era filho de Borr e da jotun ("gigante") Bestla, irmão de Vili e Vé,  esposo de Frigg e pai de vários dos deuses asses(Æsir), tais como Thor, Balder, Vidar e Vali.
 Na poesia escáldica faz-se referência a ele com diversos kenningar, e um dos que são utilizados para mencioná-lo é Allföðr ("pai de todos").
Como deus da guerra, era encarregado de enviar suas "filhas", as valquírias, para recolher os corpos dos heróis mortos em combate, os einherjar, que se sentam a seu lado no Valhalla de onde preside os banquetes. No fim dos tempos Odin conduzirá os deuses e os homens contra as forças do caos na batalha do fim do mundo, o Ragnarök. Nesta batalha o deus será morto e devorado pelo feroz lobo Fenrir, que será imediatamente morto por Vidar, que, com um pé sobre sua garganta, lhe arrancará a mandíbula.


              Dia da semana de dedicação

quarta-feira, dia que é dedicado ao deus Odin, tomou a denominação onsdag em sueco e dinamarquês (Old Norse, odinsdagr), wednesday em inglês (antigo saxão, wôdanes dag, anglo-saxão, vôdnes dag), woensdag em holandês, godenstag ou gunstag no dialeto da Vestefália.

              Citações na Edda Poética

Na Edda Poética - a fonte principal do nosso conhecimento sobre a mitologia nórdica, o maior ciclo é naturalmente o do deus supremo, compreendendo as seguintes baladas: Baldrs Draumar (Os Sonhos de Balder), Hárbarzljóð (A Balada de Harbard), Vafþrúðnismál (A Balada de Vafthrudnir), Grímnismál (A Balada de Grimnir) e Hávamál (As Máximas de Hár).
Odin se apresenta sob diversos nomes nas baladas édicas, de acordo com as exigências da situação. Sabemos, pela Völuspá (A Profecia da Vidente) e Hyndluljóð (A Balada de Hyndla), que ele é filho de Borr. As elevadas designações de velho criador e pai dos homens, que o poeta anônimo lhe deu em Baldrs Draumar e no Vafþrúðnismál, bem como a informação de que Odin dera o fôlego(Völuspá) a um casal inanimado, não deixa dúvidas sobre uma interferência na criação da humanidade. No Grímnismál há o cognome de príncipe dos homens, na Lokassena (A Altercação de Loki) de pai das batalhas, na Völuspá, de pai dos exércitos, e no Grípisspá (A Profecia de Gripir), de pai da escolha ou pai dos mortos em batalha

                        Personalidade


Em linguagem corrente na Escandináviae no norte da Alemanha, conforme observa-se entre pessoas cultas, são usadas as expressões zu Odin fahren ou hei Odin zu Gast sein, e far þu til Odin ou Odins eigo þik, citadas também por Jacob Grimm, para imprecações equivalentes a vá para o diabo, ou o diabo que o carregue. É uma tendência malévola que se explica, não só pela ação do cristianismo, mas ainda pelas atitudes violentas e sombrias que o deus tomava, infligindo castigos inflexíveis, como o sono imposto à (valquíria) Brynhild por esta tê-lo desobedecido, e atravessando os ares com seu exército de maus espíritos, nas noites de tempestades, nas chamadas Caçadas Selvagens.
Sobre o Edda, sabe-se que foram escritos no início do medievo, porém é de conhecimento, que as tradições que a originaram e eram transmitidas oralmente, datam de mais de três mil anos a.C.



                         Virtudes

Odin, com seus corvos Hugin e Munin, segundo manuscrito do século XVIII.
O aposto de “pai da magia”, constante do Baldrs Draumar, confirmado no seu próprio depoimento do Hávamál (parte IV), descreve o seu próprio sacrifício: feriu-se com a lança e suspendeu-se numa árvore, onde permaneceu nove dias agitado pelos ventos; esta árvore é Yggdrasill, o freixo do mundo. Tudo isso visando à iniciação na sabedoria das runas, tendo até criado algumas delas, tornando-se senhor do hidromel da poesia, licor mágico que profere vaticínios.
Quanto ao elevado saber de Odin, relata-se que nem sempre foi assim, sábio e mágico poderoso; ávido por conhecer todas as coisas, quis beber da fonte da Sabedoria, onde o freixo Yggdrasill mergulha uma das raízes; mas Mímir, seu tio, o guardião da fonte, sábio e prudente, só lhe concedeu o favor com a condição de que Óðinn lhe desse um de seus olhos. Ele então encontrou na água da fonte milagrosa tanta sabedoria e poderes secretos que pôde, logo que Mímir foi morto na guerra entre os Æsir e os Vanir, lhe conferir a faculdade de renascer pela sabedoria: sua cabeça, embalsamada graças aos cuidados dos deuses, é capaz de responder a todas as perguntas que lhe dirigem. Após adquirir tantos conhecimentos, procurava depois revelá-los em duelos de palavras, em que aposta a vida e sai sempre ganhado. Além do mais, por várias vezes se dirige a profetisas e visionárias, pedindo informações estranhas, dando-lhes em paga ricos presentes.


                        Cultuação


Desse modo, vemos que Óðinn, na concepção do poeta édico, é criador da humanidade, detentor supremo do conhecimento, das fórmulas mágicas e das runas, invocado por ocasião das batalhas, durante os naufrágios e as doenças, na defesa contra o inimigo, e afinal em qualquer situação desesperadora. Altares se elevavam em sua honra.


                       Símbolos


Nas baladas da Edda, o deus supremo está em ligação com símbolos, emblemas e certos elementos adequados às diversas circunstâncias em que aparece. Assim, no (Valhala), ele tem o seu grande palácio onde recebe e aloja os guerreiros mais valorosos, e em outro dos seus três salões em Asgard, o alto Valaskjalf, senta-se no trono Hlidskialf, de onde é possível enxergar o mundo inteiro e acompanhar todos os acontecimentos da vida. A seus pés, deitam-se os dois lobos Geri e Freki, símbolos da gulodice, que o acompanham em suas caçadas e lutas, alimentando-se dos cadáveres dos guerreiros. Nos seus ombros estão os dois corvos Hugin e Munin, a sussurrar-lhe o que viram e ouviram por todos os cantos. Quando se encaminha a uma batalha, o que é frequente, usa armadura e elmo de ouro, trazendo nas mãos o escudo e a lança Gungnir, que tem runas gravadas no cabo, montando seu famoso corcel de oito patas, Sleipnir, que tem a faculdade de cavalgar no espaço, por cima das terras e águas.


                         Disfarces

Em muitas passagens, descrevem-se as andanças de Odin, em que se apresenta sob o disfarce de um viajante baixo e de cabelos escuros, envolvido numa enorme capa azul ou cinza, com um chapéu de abas largas, quebradas acima do olho perdido e o outro olho negro faiscante, como nas baladas édicas Vafþrúðnismál e no Grímnismál, e com os nomes significativos de Gagnrad (o que determina a vitória), Grimnir (o disfarçado), além do Hávalmál (parte III) e nos Baldrs Draumar, respectivamente com os nomes Hár (o elevadoo eminenteo sublime) e Vegtam (o acostumado aos caminhos).

Loki




Loki é um deus ou um gigante da mitologia nórdica. Deus da trapaça e da travessura, também está ligado à magia e pode assumir a forma que quiser. Ele não pertence aos Aesir, embora viva com eles. É frequentemente considerado um símbolo da maldade, traiçoeiro, de pouca confiança; e, embora suas artimanhas geralmente causem problemas a curto prazo aos deuses, estes frequentemente se beneficiam, no fim, das travessuras de Loki. Ele está entre as figuras mais complexas da mitologia nórdica.

Ele possui um grande senso de estratégia e usa suas habilidades para seus interesses, envolvendo intriga e mentiras complexas. Sendo um misto de deus e gigante, sua relação com os outros deuses é conturbada. Segundo as lendas nórdicas ele iria liderar um exército no Ragnarok. Entretanto, ele é respeitado por Thor. Ele também ajuda Thor a recuperar seu martelo Mjölnir, roubado pelos gigantes, obtém alguns dos artefatos mais preciosos dos deuses - como a própria lança de Odin, Gungnir, os cabelos de ouro de Sif e o navio mágico de Freyr, Skidbladnir.
As referências a Loki estão no Edda em verso, compilado no século XIII a partir de fontes tradicionais, no Edda em prosa e no Heimskringla, escrito no século XIII por Snorri Sturluson. Ele também aparece nos Poemas rúnicos, a poesia dos escaldos, e no folclore escandinavo. Há teorias que conectam o personagem com o ar ou o fogo, e que ele pode ser a mesma figura do deus Lóðurr, um dos irmãos de Odin.
                       Edda em verso

No Edda em verso, Loki aparece nos poemas VöluspáLokasennaÞrymskviðaReginsmálBaldrs draumar e Hyndluljóð, seja apenas citado ou parte relevante do texto.

                      Lokasenna

O poema começa com uma prosa introdutória detalhando que Aegir promovia um evento em seu salão para alguns deuses e elfos. No local, os deuses elogiam os serventes Fimafenge alice, e Loki mata Fimafeng por não suportar ouvir aquilo. Em resposta, os deuses pegam seus escudos e atacam Loki, o perseguindo do salão até a floresta. Por fim, os deuses retornam ao salão e continuam a beber.
O fugitivo volta ao local, e encontrar Eldir fora do salão. Começando o poema, Loki o saúda e pede que ele conte o que os deuses discutem desde sua ausência. Eldir responde que eles discutem suas armas e suas qualidades bélicas, e que nada amigável se dizia sobre Loki. O deus do fogo diz que entrará no evento, e que até o fim ele induziria discussão entre os deuses. Ele entra no salão, e todos se emudecem com sua presença.
Sedento, Loki clama que havia retornado de uma longa jornada para pedir aos deuses uma dose de hidromel. Chamando-os de arrogantes, ele questiona porque eles se calam, e exige que o encontrem uma cadeira, ou o expulsem do local. O deus escaldo Bragi é o primeiro a responder, dizendo que Loki não teria uma cadeira. Loki não o responde diretamente, mas direciona sua atenção a Odin, lembrando que nos velhos tempos Odin dizia que nunca beberia se a bebida não fosse trazida a ambos.
Odin então pede a seu filho Vidar que se levante, para que Loki possa sentar e parar de culpar os deuses presentes. O jovem se levanta e serve bebida ao convidado. Antes de beber, ele pede um brinde aos deuses, exceto a Bragi, que responde que forneceria um cavalo, uma espada e um anel de suas posses para que não fosse mal visto pelos outros deuses. Ao acusar o argumentador, Loki ouve que, fora do salão Bragi teria a cabeça do inimigo como prêmio por suas mentiras. Ele responde que Bragi era bravo somente sentado, e que correria ao enfrentar um homem de espírito.
A deusa Iduna interrompe, pedindo que Bragi mate Loki naquele salão, em respeito à sua família. Loki pede que ela se cale, acusando-a, sendo respondido que ela gostaria de vê-los duelando. A deusa Gefjun concorda o motivo dos dois duelarem, e é respondida por Loki com nenhuma acusação.
Odin diz que Loki seria insano ao tornar Gefjun sua inimiga, tendo em vista que sua sabedoria com o destino dos homens seria tão grande quanto a do próprio Odin. Os dois então passam a trocar insultos sobre fatos do passado. Frigg, deusa e esposa de Odin, argumenta que o passado dos dois não deveria ser dito em frente aos outros, e Loki passa a insultá-la também, o que também acontece com Freya e Njord, entre outros.
Eventualmente, Thor chega ao local e manda Loki se calar, chamando-o de criatura maléfica e dizendo que com seu martelo Mjölnir o silenciaria. Os dois também começam a discutir, terminando o poema de Lokasenna. Por fim, há uma prosa detalhando Loki saindo do salão, transformando-se em salmão e se escondendo nas cascatas de Franangrsfors, onde os Aesir o capturaram. Loki é preso, e Skadi coloca uma cobra sobre sua cabeça, de onde passar a cair veneno. Esposa de Loki, Sigyn senta-se junto a ele e começa a coletar o veneno em defesa de seu esposo. Com o enchimento da vasilha, ela constantemente deixa o local para despejar o líquido, e durante esse período o líquido tóxico cai sobre ele, causando-o tamanha dor que toda a terra treme com o seu grito, gerando, assim, os terremotos.


                       Þrymskviða



Thor acorda e percebe a perda de seu martelo Mjölnir. Ele vai ao encontro de Loki, e os dois vão à corte de Freya. A deusa tinha uma capa de penas de falcão que lhe dava a habilidade de se transformar em pássaro e voar pelos diversos mundos. Loki lhe pede emprestado sua capa para poder procurar o objeto perdido, sendo atendido. Ele pega a capa e sai à procura.
Em Jotunheim, o gigante Þrymr está sentado numa mamoa e vê Loki chegando. Ele pergunta o que estaria acontecendo entre os deuses e os elfos para Loki estar sozinho naquele local. Loki responde que ele tinha más notícias para deuses e elfos, o martelo de Thor havia sumido. O gigante responde que havia escondido o Mjölnir debaixo da terra, e que o devolveria somente se Freya fosse trazida para se tornar sua esposa. Loki então deixa o local, e volta à presença dos deuses.
Thor questiona o sucesso da busca de Loki. Loki conta que o martelo está com Þrymr, mas que só seria devolvido se Freya fosse levada a ele para se tornar sua esposa. Os dois vão ao encontro da deusa e a pedem para se vestir de noiva, para que fosse a Jotunheim. Indignada, ela protesta com ódio, fazendo com que seu colar Brisingamen caia, e recusando-se a fazer tal coisa. Como resultado, os deuses se reúnem para discutir o assunto. Heimdall sugere que Thor se disfarce e se vista de noiva e vá ao local, o que é rejeitado por Thor. Mas Loki apóia a ideia, dizendo que essa seria a única forma de recuperar o martelo. Ele argumenta que, sem aquele martelo, os gigantes poderiam invadir e se estabelecer em Asgard. Os deuses então vestem Thor como uma noiva, Loki se disfarça de mulher para acompanhá-lo como ajudante, e os dois então partem para Jotunheim.
Cavalgando juntos na biga levada por cabras, os dois chegam ao local. Þrymr comanda os gigantes em seu salão para prepará-lo para a cerimônia. No começo da noite, Loki e Thor encontram-se com Þrymr; Thor come e bebe ferozmente, consumindo animais inteiros e muito hidromel. Þrymr estranha tal comportamento, mas Loki, sentado ao lado e percebendo a situação, desculpa-se e alega que "Freya" não havia comido por oito dias, tão ansiosa estava com o casamento. Þrymr levanta o véu e deseja beijar a noiva, mas nota os olhos raivosos encarando-o. Loki novamente se desculpa, dizendo que "ela" não havia dormido por oito noites ansiosa com o casamento.
Pede-se o presente de casamento, e os gigantes trazem o Mjölnir para santificar a noiva, e casar os noivos sob bênção da deusa Vár. Thor exulta quando vê o martelo: finalmente recuperando-o, matando todos os gigantes presentes na cerimônia, e mais alguns no caminho de volta a Asgard. 


                       Reginsmál


Loki aparece na prosa e no começo do poema de Reginsmál. A introdução em prosa detalha que enquanto o herói Sigurd era cuidado por Regin, filho de Hreidmar. Regin o conta que certa vez os deuses Odin, Hoenir e Loki foram às cascatas de Andvara, que tinha muitos peixes. Lá encontraram o Anão Regin, que tinha dois irmãos: Andvari, que se alimentava ao ficar em Andvara sob forma de peixe, e Otaro, que frequentemente ia ao local sob forma de lontra.
Enquanto os três deuses estão nas cascatas, Otaro (sob forma de lontra) pega um salmão e o come na beira do rio; ele morre quando Loki o acerta com uma pedra. Os deuses saúdam o ato, e pegam a pele da lontra para fazer uma bolsa. Na mesma noite, eles se encontram com Hreidmar (pai de Otaro) e o mostram suas capturas, incluindo a pela da lontra. Regin e seu pai identificam o ente que havia morrido, e Hreidmar exige que eles preencham a bolsa com ouro em troca da perda do filho.
Loki é enviado para essa tarefa, e se encontra com a deusa Rán, que o empresta uma rede. Ele volta à Andvara, onde captura Andvari com a rede – Loki é considerado o inventor da rede de pesca. Loki exige que o anão transformado em peixe conte onde seu ouro está, e vai a procura do tesouro. Ao obtê-lo, ainda falta mais uma peça. Apesar de perder tudo, Andvari ainda tenta ficar com seu anel, o Andvarinaut, mas Loki também o pega. Agora sob forma de anão, Andvari vai até uma pedra e amaldiçoa o tesouro perdido.
Loki retorna, e os três deuses dão o tesouro a Hreidmar, preenchendo a bolsa. Hreidmar olha o resultado, e nota que há uma minúscula parte não preenchida, o que força Odin a acrescentar o Andvarinaut. Loki diz que eles agora tinham posse do ouro, e que ele estava amaldiçoado, o que causaria a morte de Hreidmar e Regin. Hreidmar responde que se soubesse antes, ele os teria matado, mas age com desdém quanto à maldição. Por fim, o rei anão os expulsa e o poema continua sem qualquer menção a Loki.

                      Edda em prosa

No Edda em prosa, Loki aparece principalmente em Gylfaginning e Skáldskaparmál.

                  Gylfaginning


A primeira referência a Loki no Edda em prosa está no vigésimo capítulo do livro Gylfaginning. Posteriormente, há uma descrição sobre o personagem. Ele é chamado "caluniador dos deuses", "origem da enganação" e "desgraça dos deuses e homens". Diz-se que seu nome alternativo é Lopt, que ele é filho dos gigantes Fárbauti e Laufey, e irmão de Helblindi e Býleistr. Ele possui boa aparência, amigável, mas sua natureza é maligna. Ele é calculista e malicioso, mas também heróico. Muitas das suas proezas causam grandes danos ou ferimentos, mas geralmente ele é rápido o bastante para restaurar a ordem e evitar o desastre completo.
Sua esposa é Sigyn, com quem teve os filhos Nari e Narfi. Em outra época, foi casado com a gigante Angrboda, com quem gerou três criaturas monstruosas, assustadoras e maléficas: o lobo Fenrir, a grande serpente Jormungand e Hel, a deusa parcialmente decomposta do mundo dos mortos. Os deuses sabiam que os filhos eram criados em Jotunheim, e esperavam problemas deles devido à natureza de Angrboda, e principalmente a de Loki.
No capítulo 42, conta-se a história acontecida no começo da era dos deuses, quando eles se estabeleceram em Asgard e construíram a Valhala. Um construtor não identificado se oferece para construir uma fortificação aos deuses em troca da deusa Freya, o Sol e a Lua. Após algum debate, os deuses aceitam as condições, mas impõem algumas restrições ao construtor, incluindo completar o trabalho dentro das três temporadas seguintes sem a ajuda de qualquer homem. Eles eram fortemente contra as condições, ceder Freya estava fora de cogitação, mas Loki argumenta que o construtor não conseguiria tal feito, e, assim, o contrato seria quebrado. Em contrapartida, o construtor pede que possa ter a ajuda do seu cavalo Svadilfari. O animal consegue render extraordinariamente bem, carregando blocos enormes de rochas, o que surpreende os deuses. Os dois avançam rapidamente com os muros, e três dias antes do prazo do verão, o construtor está quase na entrada da fortificação. Os deuses se reúnem para discutir esse desempenho inesperado, que colocava em risco a própria natureza dos deuses, entrando em consenso que a culpa era de Loki.
Os deuses declaram que Loki merece uma morte horrível se ele não encontrar um plano para forçar o construtor a falhar no cumprimento do prazo, e o ameaçam. Com medo, ele jura que encontraria um meio para tal, custe o que custasse. Durante a noite, o construtor e seu cavalo se dirigem a outro local em busca de rochas, e da floresta surge uma égua, que começa a chorar. Devido a sua natureza, Svadilfari a segue, mas ela foge floresta a dentro. Essa busca continua por toda a noite, e o construtor é forçado a interromper o trabalho naquela noite, indignado.
Quando os deuses percebem que aquele construtor era um gigante da tribo dos hrímthurs, chamam Thor, que o mata com um golpe do martelo Mjölnir. A égua da floresta era o próprio Loki transformado, e algum tempo depois ele dá a luz a um cavalo cinza de oito patas. Era Sleipnir, considerado o melhor cavalo dos nove mundos. Loki oferece o animal à Odin para redimir sua culpa no caso.
No capítulo 44, relata-se o conto em que Thor e Loki estão cavalgando na biga de Thor levada por cabras. Eles param na casa de um camponês, onde são hospedados pela noite. Thor mata suas cabras, e as prepara para o jantar. Ele convida a família do camponês para compartilhar o alimento preparado. Durante a refeição, o filho Þjálfi chupa a medula óssea de uma das cabras, e quando Thor ressuscita seus animais, descobre que uma das cabras esta manca. Aterrorizada, a família camponesa compensa Thor o dando seus filhos Þjálfi a Röskva.
Com exceção das cabras, Thor, Loki e as crianças continuam a jornada até chegar na floresta de Jotunheim, onde continuam pela escuridão procurando por abrigo para a noite. Eles encontram uma construção imensa, e ficam por lá. Durante a noite, eles sentem abalos sísmicos no local, o que os amedronta, com exceção de Thor. Na realidade, a construção era a grande luva de Skrymir, que roncava durante a noite, causando os tremores. Ao saberem disso, os quatro fogem para uma árvore próxima.
Thor acorda durante a noite, e uma série de eventos ocorre em que Thor tenta destruir o gigante com seu martelo, mas Skrymir acorda a cada tentativa. Após a segunda tentativa, Skrymir o alerta que se ele agisse assim no castelo de Útgarðar, era melhor voltar naquele momento, pois os soldados do rei não aturariam aquela atitude. Eventualmente, Skrymir sai pela floresta, e os quatro viajantes continuam sua jornada até o meio-dia. Eles encontram um grande castelo e uma área aberta. O castelo é tão grande que eles devem se curvar completamente para ver o topo da construção. Na entrada há um portão, e Thor percebe que não consegue abri-lo. Juntos, os quatro conseguem abrir o portão, seguem pelo salão de entrada e observam dois grandes bancos onde sentam pessoas gigantescas.
Entre os gigantes eles identificam Útgarða-Loki, o rei do castelo, que se vira aos visitantes e os saúda, gracejando Thor. O rei Badu desafia os visitantes a alguns desafios, e Loki toma a iniciativa. Ele diz que nenhum dos presentes consegue comer sua comida tão rápido quanto ele, e nisso, um dos servos de Utgarda-Loki se apresenta. Inesperadamente, Loki perde. Em seguida, Thor é desafiado a um teste de bebida, e ele perde também. Em seguida, Utgarda-Loki desafia Thor a erguer a pata de seu gato, e Thor falha novamente. Por último, a velha ama do rei gigante, Eli, desafia Thor a uma luta, e vence. Thor e Loki saem do reino dos gigantes humilhados, porém são confortados mais tarde por um mensageiro, que diz a verdade sobre os desafios: Loki perdera para fogo selvagem, algo que a tudo devora; o chifre de hidromel de Thor havia sido conectado ao oceano, por isso ele nunca o terminava - embora o deus do trovão tenha bebido tanto que o mar sofreu um notável desnível; a pata de gato que Thor não pudera levantar era a imensa cauda da Jörmungard disfarçada por magia, enquanto Eli era, na verdade, a velhice, algo que nada nem ninguém pode vencer.
Noutro momento de Gylfaginning, há a descrição da morte de Balder, a primeira duma série de eventos que levaria ao Ragnarök. A história possui um desfecho análogo ao destino de Loki no fim da Lokasenna, do Edda em verso. Balder era conhecido por disseminar boa vontade e a paz, o que, junto com sua popularidade, irava Loki. Balder, então, começa a ter pesadelos com sua própria morte. O sonho é considerado profético, e ele se deprime com seu destino, fazendo com que sua mãe exija que todos os objetos do mundo nunca façam mal ao filho. Todos exceto por um visco: Frigga o considerava muito irrelevante para tal, além de jovem demais para fazer qualquer juramento.
Loki se transforma em mulher e acaba tomando conhecimento dessa exceção conversando com Frigga, o que o motiva fazer uma flecha mágica de visco, e vai ao encontro dos deuses, que se divertem ao jogar objetos em Balder e vê-los rebatendo ou desviando sem causar qualquer dano ao jovem. Loki dá sua lança ao irmão de Balder, o deus cego Hoder, que acidentalmente mata seu irmão. Outras versões sugerem que Hoder não participava da brincadeira por sua condição. Disfarçado, Loki chega e oferece ajuda, lhe fornecendo a flecha e o levando-o a mirá-la no irmão. Por este ato, Odin e a gigante Rindr geram o filho Váli, que cresceria para punir Hoder.
Segundo as tradições, Balder foi cremado em seu navio, Hringhorni. Todos pesam a morte do ente próximo. Após pedido de Frigga, os presentes são avisados através do mensageiro Hermod que Hela promete libertar Balder do submundo se todos os objetos vivos pesarem sua morte. Todos atendem o pedido, exceto a giganta Þökk, que se recusa a lamentar a perda desse deus. Por isso, Balder deveria permanecer no submundo até o Ragnarök.
Quando os deuses descobrem que a giganta era ninguém mais que Loki sob disfarce, eles o perseguem e o prendem a três rochas. Eles prendem uma cobra sobre sua cabeça, que pinga veneno sobre seu rosto. A esposa de Loki, Sigyn evita que isso aconteça armazenando o veneno numa vasilha, mas de tempos em tempos ela era obrigada a retirar o objeto para esvaziá-lo. O líquido tóxico, ao cair sobre o rosto de Loki, causava-lhe tanta dor que a terra inteira tremia com seu grito, o que passou a se chamar terremoto. Eventualmente, Loki consegue se libertar a tempo de lutar contra os deuses no Ragnarök.


               Skáldskaparmál


Skáldskaparmál descreve que os filhos de Ivaldi são anões que, desafiados por Loki, construíram o navio mágico de Frey (Skidbladnir), a lança invencível de Odin (Gungnir) e os cabelos de ouro de Sif, substituindo, assim, os cabelos cortados por Loki (esse sendo o principal objetivo do desafio; após cortar os cabelos de Sif durante uma travessura, Loki fora obrigado pelo marido dela, Thor, a compensá-la por aquilo). Tais objetos eram muito apreciados pelos deuses, e certa vez Loki apostou com o anão Brokk a própria cabeça que seu irmão Eitri não conseguiria construir objetos com a mesma qualidade. Para atrapalhá-los, Loki se transforma em abelha, picando-os constantemente. Entretanto, mesmo com as dificuldades, essa competição resultou na criação do javali de Frey (Gullinbursti), o anel de Odin (Draupnir) e o martelo de Thor(Mjölnir).
Os deuses julgaram todos os objetos e consideraram as obras de Brokk ainda mais grandiosas que as dos filhos de Ivaldi, e ele ganhou a aposta. Perdendo, Loki foge após estar à mercê dos anões. Entretanto, a pedido dos anões ele é capturado por Thor e entregado aos irmãos. Mas Loki é astuto, e argumenta que, se sua cabeça for cortada, o seu pescoço seria danificado, e isso não fazia parte da aposta. Mas os anões se contentam em costurar seus lábios, pois eles julgavam que Loki falava demais. Ele consegue retirar o fio e fugir.

      Teorias sobre o personagem


As ações de Loki mostram seu lado maléfico por boas causas, estas geralmente contra sua intenção original. Entretanto, ele não é considerado perigoso; sua criatividade é usada pelos outros deuses para lidar com situações sem esperança. Uma das teorias sobre o Deus argumenta que seu lado demoníaco e destrutivo é exclusivo duma perspectiva cristã. Muitos os consideram um trapaceiro que, apesar de seu indubitável lado mau, acaba se tornando um dos principais aliados dos deuses; além disso, ele representa o toque de caos necessário para que possa haver evolução. Conceitos cristãos introduzidos mais tarde na Escandinávia acabaram por destacar apenas suas piores características.
Apesar de diversas investigações, a figura deste deus continua obscura. Não há traços de religião em seu nome, e ele não aparece em toponímia alguma. Algumas fontes o relacionam com os deuses, mas se supõe que isso se deve ao seu relacionamento fraterno com Odin, a quantidade que passam juntos.

Skadi



Na mitologia nórdica, Skadi [skah-dee] (às vezes anglicizada como Skadi, Skade ou Skathi) é uma deusa jötunn associada à caça, esqui, inverno e montanhas. Skadi é atestada na Edda Poética, compilada no século XIII de fontes tradicionais anteriores; A Prata Edda e em Heimskringla, escrito no século XIII por Snorri Sturluson, e nas obras de esquiadores.
Filha do jötunn Tiazi, Skadi é a deusa do inverno, caça e montanhas. A lenda diz que após a morte de seu pai, que fora assassinado graças a mais uma peripécia de Loki, Skadi decide vingar-se dos Aesir chamando-os para um combate, que logo fora recusado por não serem capazes de atacar uma jovem mulher. Decidem então, dar um de seus homens para casar-se com a jovem jötunn como forma de selar um acordo de paz. 
Sob a condição de que sua escolha deveria ser aleatória, os pretendentes tiveram seus corpos cobertos ficando apenas com seus pés de fora. Skadi escolhe então os pés que mais lhe agradam erradamente pensando ser os de Balder, na verdade eram de Njörd, o deus Vanir dos Mares. A união entre os dois não durou, pois Skadi como uma deusa das montanhas, não conseguiu adaptar-se à vida nas costas oceânicas, assim como Njörd não conseguiu se adaptar às montanhas. Com a constante mudança de lares, foram criadas as estações do ano. Do casamento de Skadi e Njörd nasceram Freya e Frey.
Outras fontes da mitologia indicam que se casou mais tarde com outro deus, o Æsir Ullr.

Njord



mitologia nórdica, Njord (Njörðr), é o deus Vanir dos Mares, dos ventos e da fertilidade, contraposto aos Aesir, dos quais Odin era o líder. Njord era o Pai de Freya, a deusa do amor, e de Freyr, deus da fertilidade, e casado com Skadi.
Njord é visto como um Deus de fertilidade, trazendo segurança para aqueles que que o adoram e viajam pelo mar. Mas além disto, também traz riquezas e boa sorte sob a forma de terra e filhos. É o protetor dos pescadores e dos caçadores que, em sua honra, construíam pequenos altares nas falésias e nas florestas, onde depositavam parte do que conseguiam pescar ou caçar. Era visto como um deus pacífico.
Njord casou com Skadi, deusa do Inverno e da caça. Skadi escolheu o seu marido observando os pés dos deuses, sem lhes ver a cara, e começou a procurar os pés mais limpos e bonitos, e escolheu os de Njord, porque seus pés sempre estão limpos por causa da água do mar. Njord e Skadi não tiveram um casamento feliz, e logo se separaram, pois Skadi como uma deusa das montanhas não conseguia viver nas costas oceânicas assim como Njord não conseguia viver nas montanhas, com a constante mudança foram criadas as estações do ano.
Sua irmã e a mãe de seus filhos teria sido Nerthus, que não os acompanhou aos Aesir, estes últimos condenando as uniões entre irmão e irmã.

Frey



FreyFrejFreyr ou Freir é um deus nórdico do clã dos Vanes, geralmente representado como belo e com o falo à mostra, de acordo com os achados arqueológicos. É a divindade da prosperidade, das boas colheitas e da agricultura, dos casamentos e da fertilidade, da alegria e paz. É filho do deus Njord e irmão gémeo da deusa Freya, e está casado com a gigante Gerda.
O deus Frey encarnou também a figura humana do rei Ínguino (Yngve), fundador da lendária Dinastia dos Inglingos, que teria alegadamente regido a terra dos Suíones (Suídia) do século I ao VII.
É o soberano de um mundo chamado Álfheim, reino dos elfos da luz (ljósálfar), que são os responsáveis pelo crescimento da vegetação. O Skirnismál (“A Balada de Skirnir”) nos informa que Frey é filho de Njörðr (Njord), o deus da fertilidade. Pertence portanto ao clã dos deuses Vanes. Seu cavalo salta qualquer obstáculo e a sua espada mágica, forjada por anões, move-se sozinha nos ares desferindo golpes mortais, mesmo se for perdida em combate. É senhor de um javali de ouro chamado Gulinbursti, criação dos anões Brokk e Sindri, que conduz um carro como se fosse puxado por cavalos, e cujo brilho reluz na noite. Tem também um navio, Skidbladnir (Skidbladnir), que é tão grande que nele cabem todos os deuses, mas pode ser dobrado e guardado na algibeira. É uma das mais antigas divindades germânicas junto com Freyja e Njörðr, e seu nome significa “senhor".
Apesar de ser um deus pacífico, Frey está destinado a lutar contra Surtur na batalha de Ragnarok. Nesta luta não poderá utilizar a sua espada mágica, porque a deu ao seu escudeiro, Skirnir.


                                 Culto



Parece que ele inspirou particularmente devoção na Suécia, como evidenciado por estátuas eróticas e amuletos, e pela tradição de procissões de carruagem no estilo de Nerthus, a deusa descrita por Tacitus em sua Germânia, de grande devoção desde a Idade do Bronze no Oeste Germânico. Segundo Adão de Bremen, havia na velha Uppsala um templo com as estátuas de três deuses - Thor, Freyr e Odin. Na Islândia, Frey era ocasionalmente chamado de Síagoð ("o deus sueco"). Ele era aparentemente popular também na própria Islândia, em Trondelag (Noruega) e na Dinamarca. O culto de Frey deve ter alcançado a Noruega e a Islândia através da Jutlândia (Dinamarca), em cujo lago central, o lago Stor (Störsjön), ficam as ilhas de Norderön e Frösön (ilha de Njörðr e ilha de Freyr respectivamente).

Na atualidade seu culto permanece, nos movimentos religiosos pagãos de matriz germânica, como o heathenismo.

Freia


Freia (em norueguês: Frøya, em língua nórdica antiga: Freyja) é uma deusa associada ao amor, fertilidade, beleza, riqueza, magia, guerra e morte.
É também cultuada em religiões neopagãs, como a Ásatrú.
Filha de Njord, o deus do mar e um mítico rei da Suécia, e Skadi, a deusa do gelo, e irmã de Frey, ela é a deusa do amor, da beleza, da sexualidade, da sensualidade, da fertilidade, da atração, da luxúria, ouro, guerra e morte, da música e das flores.


Edda Poética



Völuspá é o primeiro e um dos principais poemas da Edda poética. No poema Völva nos dá muita informação sobre os eventos futuros e passados ao deus Odin, Freia é citada brevemente no poema, sendo mencionada quando os deuses se reúnem para romper o acordo com o construtor das muralhas de Asgard. A deusa é citada ainda nesta composição como a noiva de Óðr.

É também a deusa da magia, da adivinhação, da riqueza (as suas lágrimas transformavam-se em ouro), da sabedoria e líder das valquírias(condutoras das almas dos mortos em combate).

As eddas mencionam que recebia metade das almas mortas em combate em seu palácio chamado Fólkvangr, enquanto que Odin recebia a outra metade em Valhala.

A origem do Seiðr e seu aprendizado pelos ases (Aesir) se atribuía a Freia.

De carácter arrebatador, teve vários deuses como amantes e é representada como uma mulher atraente e voluptuosa, de olhos claros, baixa estatura, sardas, trazendo consigo um colar mágico, emblema da deusa da terra, chamado Brisingamen.

Diz a lenda que ela estava sempre procurando, no céu e na terra, por Óðr, seu marido perdido, enquanto derramava lágrimas que se transformavam em ouro na terra e âmbar no mar.

Na tradição germânica, Freia e dois outros Vanirs (deuses da natureza) se mudaram para Asgard para viver com os Aesir (deuses de guerra) como símbolo da amizade criada depois de uma guerra.

Usava o colar de Brisingamen, supostamente feito de ouro, o colar representava o Sol e o ciclo do dia e noite, de acordo com as notas de Saxão Gramático o colar estava entre os objetos dados aos deuses por Alberich. Em uma parte do poema Húsdrápa, na Edda em prosa (Skaldskaparmal) é relatado o roubo do colar por parte de Loki, colar este que era considerado um tesouro de grande valor e beleza, quando Freia deu-se conta, do desaparecimento de seu colar solicitou a ajuda de Heimdall.

Depois de uma longa batalha, Heimdall vence Loki, retornando vencedor e devolvendo o colar a deusa. É um relato importante já que marca um o ódio mútuo que ao futuro, os destinará a combater-se e derrotar um ao outro no final do Ragnarök.

Este mito supracitado se dá no mar e talvez esteja relacionado com a origem de um dos nomes de Freia (Freia, Freja, Froya, etc.) neste caso "Mardoll" o "brilho do mar" sendo o brilho aqui o do colar roubado por Loki (Brisingamen) já que brisinga que significa brilhante, cintilante, flamejante.

No próprio nome de Heimdall, a palavra dallr (luz) e é o masculino de döll e "heim" terra. Esta é talvez uma das histórias que se perderam na busca de Freia por seu esposo.

Freia frequentemente conduzia um carro de guerra, puxado por um par de Linces.
No Gilfaginning há relatos que conduziu este carro até o funeral de Balder.
Os felinos são sagrados para Freia, assim como os corvos e os lobos para Odin.
Freia compartilhava os mortos de guerra com Odin. Metade dos homens e todas as mulheres mortas em batalha iriam para seu salão Fólkvangr.

Clã Vanir (mitologia nórdica)


Vanir ou Vanes é o nome que é geralmente atribuído a um dos dois clãs de deuses da mitologia nórdica, sendo que o outro é conhecido como os Aesir ou Asses. Ao contrário daqueles, os deuses Vanes favoreciam a fertilidade, assim como o comércio, a paz, e o prazer. Na Guerra dos Deuses, os dois clãs lutaram um com o outro, acabando todavia por se reconciliar e unir.

                           Membros



Os membros do panteão Vanir incluem Njorðr, Frey e Freyja, que viveram entre o Æsir desde o fim do conflito entre os dois clãs de deuses (negociados para Mimir e Hoenir). A classificação como Vanir de Skaði, de Lýtir, de Gerðr e de Otaro pode ser debatida. Skaði era uma giganta casada com Vanir (Njorðr); Gerðr também era uma giganta, por quem Frey ficou apaixonado, vendendo sua espada como pagamento para sua união com a deusa. No entanto, não está bem certo se esta união atingiu mais do que uma única reunião. Óðr é mencionado no Edda muito rapidamente como o marido de Freya, mas nada mais é sabido realmente sobre quem era ele (embora se observe frequentemente que este era um de nomes de Odin). Os deuses Njord e Frey aparecem na saga de Ynglinga de Snorri como reis da Suécia. Seus descendentes no trono sueco são reconhecidos como vanir:
Fjölnir, filho de Frey e da giganta Gerdau Sveigder, que casou com Vanes de Vanaheim e teve o filho Vanlade, cujo nome o conecta aos Vanir, e que casou com uma filha do gigante Snær.

                    Características



São deuses da fertilidade e da prosperidade, enquanto os Æsir eram deuses da guerra. Os Vanir possuíam um conhecimento profundo das artes mágicas, de modo que sabiam também sobre o futuro. A lenda conta que Freya ensinou a mágica aos Æsir. Praticavam também a endogamia e mesmo o incesto, ambos proibidos entre o Æsir.


                           Localização



Os vanir viviam em Vanaheim, chamado também de Vanaland. Snorri Sturluson chama sua terra Tanakvísl ou Vanakvísl.


                         Vanir e os elfos



O Edda identifica uma possível inter-relação entre os vanir e os elfos (Alfes), frequentemente intercambiando o Æsir e os Vanir e o Æsir e os Alfes para significar "todos os deuses". Como os vanir e os alfes representavam os deuses da fertilidade, o intercâmbio entre os dois nomes sugere que os vanire os elfos podem ter sido utilizados como sinônimos. É também possível que os dois nomes reflitam uma diferença no status do panteão, onde os elfos eram considerados deuses menores da fertilidade, visto que os vanir eram os deuses principais da fertilidade. Frey seria, neste caso, um comandante dos vanir sobre os elfos em Álfheim.
A reconstrução contemporânea da religião nórdica mais focada nos vaniros nomeia, às vezes, como vanatrú.
Vanir e seus convidados:
Aegir
Ran
Freyja
Frey
Gerðr
Gullveig, quando os Aesir a trataram mal, causou a Guerra dos Deuses
Hoenir, um refém de Aesir
Mimir, um refém de Aesir
Kvasir
Lýtir
Njorðr
Skaði
Há também uma possível conexão entre Heimdall e os vanir, notada por H.R. Ellis Davidson.

Clã Aesir (mitologia nórdica)



Æsir, Asses ou Ases, (em nórdico antigo: ǫ́ss; singular: áss, feminino ásynja, plural ásynjur) segundo a mitologia nórdica, é um clã de deuses que residem em Ásgarðr (Asgard), ou seja, a Terra dos Æsir (As = Æsir. Gard = Terra ).

Suas contrapartes e uma vez inimigos, com os quais guerrearam, são os Vanir. Os Vanir são deidades mais da natureza e da fertilidade, enquanto os Æsir são mais guerreiros que seus rivais.  Quando as duas raças guerrearam, Æsir e Vanir, fizeram as pazes, as deidades Vanir entregaram Njörðr (Niord), Freyr e Freyja para os Æsir.

Os Æsir formam o panteão principal dos deuses na mitologia nórdica. Incluem muitas das figuras principais, tais como Odin, Frigga, Thor, Alomam, Balder e Týr.  Existem outros clãs de deuses nórdicos, sendo segundo principal o clã dos Vanir, também mencionado na mitologia nórdica. Além destes clãs também há o clã das Nornas, o clã dos Jotnar e o clã dos "Dragões".

O deus Njörðr e seus filhos, Frey e Freyjasão os deuses mais importantes dos Vanir, e acabaram se reunindo aos Æsir como reféns após a Guerra dos Deuses, que envolveu ambos os clãs.

Os 'áss' da palavra aparentemente é derivada do proto-indo-europeu *ansu-'respiração, deus' relacionado ao sânscrito asura e ao avestan ahura, com o mesmo significado; apesar de que a palavra em sânscrito asura veio a significar demônio. O cognato em inglês arcaico de 'áss' é os, que significa 'deus, divindade' (como no sobrenome atual Osgood). A palavra 'áss' ainda pode significar 'feixe' ou 'correio' na língua nórdica arcaica, mas não há nenhuma demonstração da conexão etmológica entre as duas palavras. Schefferus, um proto-etonologista do Século XVII, afirmou que o Æsir se referência aos imperadores da Ásia, isto é, uma liderança pseudo-feudal (de hereditariedade xamanista), que saíra das estepes asiáticas para a Europa em tempos ancestrais. Nenhum outro estudioso nos séculos seguintes encontrou qualquer evidência para suportar esta afirmação.

Os Æsir eram agraciados com a juventude eterna enquanto comessem as maçãs de Iðunn, embora ainda pudessem ser assassinados. Além disso, quase todos estavam predestinados a morrerem durante o Ragnarok.

Somente quatro das deidades Aesir são comuns as outras tribos germânicas fora da Escandinávia: Óðinn (Odin) como Wotan, Þórr (Thor) como Donar, Tyr como Tiw ou Tiwaz, e Frigga como Freia.

'Áss' é o singular de Æsir. O feminino de 'Áss' é chamado 'Asynja' (plural 'Asynjor').

Thor, o deus do trovão

Thor é o deus nórdico dos trovões e das batalhas. Pertence ao clã dos deuses Aesir, e é filho do deus Odin e da deusa Jord, é casado com a deusa Sif. Thor usa como arma o martelo Mjolnir, e tem o cinto Megingjord, que lhe dobra a força. Está associado aos trovões, relâmpagos, tempestades, árvores de carvalho, força, proteção da humanidade e também a santificação, cura e fertilidade. Associado também ao dia da semana Thursday/Donnerstag (quinta-feira). Durante o Ragnarok, Thor matará e será morto por Jormungandr.
        Thor era grande para um deus, extremamente forte (podendo comer uma vaca em uma refeição) e adorava disputas de poder, e era o principal campeão dos deuses contra seus inimigos, os gigantes de gelo. Os fazendeiros, que apreciavam sua honestidade simplória e repugnância contra o mal, veneravam Thor em vez de Odin, que era mais atraente para os que eram dotados de um espírito de ataque, ou que valorizavam a sabedoria.
       A arma de Thor era um martelo de guerra mágico, o Mjolnir, com uma enorme cabeça e um cabo curto e que nunca errava o alvo e sempre retornava às suas mãos. Ele usava as luvas de ferro mágicas Járngreipr para segurar o cabo do martelo e o cinturão Megingjord que aumenta sua força em dez vezes.
       Thor casou-se duas vezes, a primeira com a giganta Járnsaxa, que lhe deu um filho, Magni (força). Outro filho de nome Modi (coragem) é também atestado nas fontes antigas, mas sem referir o nome da mãe. E o segundo casamento, que foi muito mais importante no mito do deus Thor, foi com Sif, a bela dama dos cabelos dourados como o ouro. Com ela teve uma filha: Thrud.
      Thor gostava da companhia de Loki, apesar do talento desse embusteiro para colocar ambos em confusão. As histórias de suas aventuras estão entre as mais ricas da mitologia nórdica. Thor era um excelente guerreiro e já havia derrotado muitos gigantes, Trolls, monstros, berseker e feras, segundo o Edda em Prosa. Thor percorria o mundo numa carruagem puxada por dois bodes chamados Tanngrisnir e Tanngnjostr. Conta-se que quando Thor percorria o céu nessa carruagem, as montanhas ruiam, e o barulho provocado pelas rodas do veículo originavam os trovões.
         Thor habitava em Thrudheimr (ou Thrudvangr) no salão Bilskirnir, onde ele recebia os pobres depois que haviam morrido. Esse salão possuía 540 acomodações e era considerada a maior construção de todas. O mensageiro de Thor era o veloz Thjalfi e sua criada era Roska, irmã de Thjalfi. Quando Thor estava longe de seu lar, ele matava seus bodes e os comia, e depois os ressuscitava com seu martelo mágico.
         Thor é o criador da constelação conhecida pelos viquingues como Dedo de Aurvandill. Era Thor o deus que mais possuía templos na Escandinávia.
         O mais importante símbolo de Thor é o martelo Mjolnir (destruidor), que na pré história escandinava surgia sob a forma de um machado - relacionado à fertilidade e aos fenômenos atmosféricos -. Existem evidências de que o culto ao martelo continuou na Era Viquingue a ser propiciador de fertilidade feminina para o casamento. O uso de pingentes com a forma do martelo foram um dos grandes elementos de identidade pagã no final da Era Viquingue, e segundo vários pesquisadores serviu como uma resposta ao uso cotidiano cruzes em pescoços dos cristãos convertidos.




O roubo do seu martelo de Thor



Certa vez Thor perdeu seu martelo e pediu à deusa Freia para que lhe emprestasse sua capa mágica que lhe permitia se transformar em uma ave de rapina com o intuito de procurá-lo. Thor, sob a forma de um falcão, voa, dirigindo-se para longe, e fica sabendo que Mjolnir, a única arma suficientemente capaz de enfrentar os gigantes, está no poder de um deles, o Thrym, que vive no fundo da terra.
        Thor, então, pede que seu martelo seja devolvido, no que o gigante recusa, advertindo que o devolveria apenas se a deusa Freia aceitasse casar-se com ele, algo que a deusa toma como uma ofensa. Logo, orientado pelo Heimdall a disfarçar-se de Freia, concordando com o pedido de casamento, e assim, recuperar seu martelo, parte juntamente com Loki para Jotunheim, a terra dos gigantes, a bordo de sua carruagem sob o espetáculo de raios e trovões.
            Chegando a Jotunheim, é efusivamente recepcionado por seus anfitriões gigantes, que se espantam com a sua fome e seus olhos flamejantes sob o véu que Thor veste. Loki, disfarçado, então, de serviçal, tranquiliza-os, argumentando que a "deusa" estava há várias noites sem comer e dormir, devido à angústia e ansiedade do casamento. Quando o martelo é colocado no colo da falsa noiva, Thor se revela e mata o seu noivo gigante e todos os convidados presentes, retornando com Loki triunfalmente para Asgard.

domingo, 3 de março de 2019

Hela, deusa da morte

Na mitologia nórdica, Hela (Hel ou Hell) é a deusa do reino dos mortos, igualmente designado por Hel. É filha de Loki e da gigante Angurborda, irmã mais nova do lobo Fenrir e da serpente Jormungandr, do oceano que circunda Midgard.
       Hel foi banida para o mundo inferior por Odin que recebeu seu nome Helheim, que fica nas profundezas de Nifheim. Helheim fica às margens do rio Nastronol, que equivale ao Rio Aqueronte da mitologia grega. Lá recebeu o poder de dominar nove mundos ou regiões, onde distribui aqueles que lhe são enviados, isto é, aqueles que morrem por velhice ou doença.
       Como agradecimento por fazê-la governante do mundo inferior, Hela deu a Odin os seus dois corvos Hugin e Munin, que são os mensageiros entre Asgard e os outros reinos.
       Seu Palácio chama-se Elvidner, sua mesa é a Fome, sua faca a Inanição, o Atraso, seu criado, a Vagareza, sua criada, o Precipício, sua porta, a Preocupação, sua cama, e os Sofrimentos formavam as paredes de seus aposentos. O reino de Hela era guardado pelo cão Garm.
        Hela podia ser facilmente reconhecida por sua aparência, uma metade era de uma linda mulher, a outra parte de um corpo terrível em decomposição.
       A personalidade da deusa Hela difere das dos deuses do mundo inferior de outras mitologias: Ela não é boa nem má, simplesmente justa. Quando os espíritos dos bondosos, dos doentes, e dos idosos eram trazidos à sua presença, ela cuidava deles e lhes dava conforto. Mas aqueles a quem ela julgava como maus, impiedosamente os arremessava nas profundezas geladas de Nifheim.
        De acordo com as lendas, Hela não podia ser derrotada em seu mundo e nenhum Deus se dispunha a enfrentá-la em seus domínios, nem mesmo Odin ou Thor.
      Não há nenhuma passagem ou relato que diz que a deusa, alguma vez, deixou os seus domínios mesmo que por um instante (como Hades, por exemplo, que saiu do submundo para raptar Persefone, na mitologia grega).
         De acordo com as lendas, Hela também não teve participação no Ragnarok, preferindo ficar em seus domínios e não tomar partido nenhum.
       O termo inglês Hell (inferno em português) origina-se do nome dessa deusa.

Iduna, deusa guardiã das maçãs da imortalidade

Iduna (também conhecida como Idun ou Idunn) era, na Mitologia Nórdica, esposa de Bragi e deusa da poesia. De acordo com o Edda em prosa, ela era a guardiã do pomar sagrado, cujas maçãs permitem aos deuses Aesir restaurarem a sua juventude pela eternidade. Ela é responsável pela imortalidade dos deuses, fornecendo uma maçã por dia, vinda de seu cofre de madeira de Freixo, que mantêm a juventude e a força. Na "Altercação de Loki", das baladas édicas, ela é acusada de adultério por Loki: "Iduna aperta em seus braços o assassino de seu irmão". Em outras fontes da mitologia nórdica, temos o episódio no qual o gigante Tiazi por ela se apaixona, raptando-a metamorfeseado em uma águia. Ao que parece, Iduna não tinha culto regular entre os nórdicos, era uma deusa mais figurativa.
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